Justiça do Pará julga homicídio em que corpo nunca foi encontrado


Será realizado nesta quinta (21), em Parauapebas, no sudeste do estado, o julgamento de um dos suspeitos de participar da morte da comerciária Ana Karina, em maio de 2010. Esta é a primeira vez que a Justiça do Pará irá julgar um caso de homicídio em que o corpo da vítima nunca foi encontrado.

Os promotores de Justiça Danilo Colares e Guilherme Coelho são os responsáveis pela acusação do réu. Eles estão convencidos de que o réu teve sim participação direta no assassinato da comerciária Ana Karina, então grávida de 9 meses.

“As provas que têm no processo são robustas. Nós temos a plena convicção de que o conselho de sentença, que será formado na quinta-feira vai promover a condenação”, afirma o promotor Danilo Colares.

Para a promotoria, o fato de ter sido um crime contra a mulher torna a situação ainda mais delicada para o réu. “Nós percebemos que houve uma dupla vulnerabilidade, primeiro pelo fato dela ter sido atraída para um local escuro, segundo pelo fato de ela estar gestante de nove meses”, explica o promotor Guilherme Coelho.

O pai do filho que Ana Karina esperava teria confessado o crime e delatado mais dois envolvidos no crime. Um deles será julgado nesta quinta (21). “Em virtude dele ter sido o único a não ter recorrido da sentença de pronúncia, apenas ele vai ser submetido a julgamento no tribunal do júri”, explica Colares.

Há ainda uma mulher, então noiva do suposto mandante, é apontada pela polícia como mentora do assassinato. Ela responde ao processo em liberdade graças a um habeas corpus.

Julgamento
O julgamento está marcado para começar ás 8h30 desta quinta, no Fórum de Parauapebas. Vinte e cinco pessoas da comunidade já foram convocadas, mas apenas sete vão formar o júri, após sorteio.

Segundo o Ministério Público do Pará, esta será a primeira vez no estado que um réu será julgado por participação em um assassinato em que o corpo da vítima nunca foi encontrado.

“Um caso atípico, em que a Justiça vai ter que realmente decidir a respeito de um julgamento em que a pessoa foi assassinada, grávida de 9 meses, cujo corpo até o presente momento ainda não foi achado. Esperamos que este julgamento tenha uma repercussão positiva para a tese de acusação e que se faça justiça ao presente caso”, espera o promotor Coelho.

Entenda o caso
Ana Karina tinha 29 anos e estava grávida de 9 meses quando, segundo a polícia, foi assassinada no dia 10 de maio de 2010 em Parauapebas. O crime ganhou repercussão na imprensa do estado pela brutalidade como a vítima foi morta.

Depois de assassinada, o corpo de Ana Karina teria sido esquartejado, jogado dentro de um tambor com pedras e jogado no Rio Itacaiunas. Até hoje nada foi encontrado.

Ainda de acordo com a polícia, o pai do filho que Ana Karina esperava, confessor que assassinou a jovem. No processo que tem mais de 1.500 páginas, o homem diz que outras duas pessoas também participaram do crime.

Os três suspeitos estão presos na penitenciária de Americano, em Santa Isabel, nordeste do Pará. Um deles será julgado nesta quinta (21).

 

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